Um recente estudo da consultoria norte americana KPMG traz um panorama importante sobre como diferentes setores reagirão à crise causada pela Covid 19. Na opinião dos especialistas da Consultoria internacional, são quatro padrões de consequências nos diferentes setores empresariais: Crescimento, Retorno ao normal, transformar para reemergir, reiniciar. Cada padrão considera a resposta dos segmentos de mercado e de seus consumidores ao momento do impacto inicial da crise até a recuperação plena dos negócios.

Quatro padrões distintos:

Crescimento: nesse padrão estão as empresas que vão passar pelo um período pós covid-19 com o comportamento do consumidor favoravelmente alterado durante a crise. Aqui, os investidores percebem o potencial de liderar e fornecem capital para escalar agressivamente durante a recuperação. Nesse cenário estão: varejo, mídia, telemedicina, químico, entrega de alimentos, educação digital e alimentos e bebidas.

Retorno ao normal: aqui estão as indústrias consideradas essenciais que estão sofrendo os efeitos da recessão do distanciamento social do consumidor, mas que deverão se recuperar mais rapidamente à medida que a demanda do consumidor retornar em volumes semelhantes. Os seguintes segmentos estão situados nesse perfil: serviços financeiros; bens de consumo (cíclico); tecnologia e telecomunicações; saúde e ciências da vida; agricultura; transporte rodoviário e urbano; private equity e gestão de ativos; e utilidades públicas.

Transformar para reemergir: inclui as empresas que deverão se recuperar, mas ao longo de um caminho prolongado, exigindo reservas de capital financeiro para resistir e transformar modelos operacionais e de negócio para emergir mais fortes e mais alinhados com as mudanças nas prioridades e nos padrões comportamentais dos consumidores. Aqui constam as empresas de turismo, automotivo, bens de consumo (não cíclicos), óleo e gás, imobiliárias e construtores, e mineração.

Reiniciar: nesse padrão estão as empresas que lutam para se recuperar dos impactos da covid-19 devido à demanda permanentemente reduzida por ofertas, capital financeiro insuficiente para evitar recessão prolongada e má execução da transformação digital. Nesse padrão estão aeroportos, outros segmentos de varejo, hotéis, governos, mercados industriais, esporte e mídia.

Confira, a seguir, um infográfico com um resumo geral dos padrões apresentados pela consultoria norte americana:

Evidentemente, o estudo da KPMG considera um comportamento geral de mercado e não observa tendências ou situações locais, pontuais ou regionais. Porém, trata-se de um estudo que merece ser considerado para as ações estratégicas dos negócios, especialmente para o segundo semestre de 2020 e para o início de 2021.

Recentemente, preparamos um conteúdo com temática semelhante, que está disponível aqui: https://flaviopaim.com.br/como-seu-negocio-ira-reagir-a-crise/

Planejamento e estratégia são essenciais para retomada

Partindo das premissas demonstradas no estudo, fica evidente a necessidade de revisões estratégicas nos modelos de negócios existentes. Mais do que nunca, estratégias corretas poderão fazer a diferença na velocidade de retomada, aproveitamento de oportunidades e defesa de ameaças.

De uma maneira geral, esse trabalho passa diretamente pelas boas práticas de gestão e governança e de estratégias muito bem alinhadas e adequadas ao interesse do negócio. Não há uma solução ou estratégia única que sirva para todos. Cada empresa e empresário deve se cercar das melhores informações e pôr em prática as estratégias que se alinhem ao seu segmento. Ou seja, o que funciona em uma organização pode não fazer sentido para outra.

O processo de reação e retomada do crescimento deve ir além da boa vontade, grandes mudanças no comportamento de compra dos consumidores e nas relações competitivas do mercado devem se consolidar em futuro próximo.

A sobrevivência e a inovação são elementos importantes, que devem ser atreladas ao conhecimento do negócio e alta capacidade de implementação estratégica, para que os bons resultados possam permanecer.